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O que é energia eólica e qual sua importância para a matriz elétrica do Brasil ?


O que é energia eólica e qual sua importância para a matriz elétrica do Brasil ?

Se você ainda não sabe o que é energia eólica é simples de entender: é um tipo de energia gerada por meio dos ventos, os quais movimentam turbinas e transformam a energia mecânica em energia elétrica. A expansão da energia eólica surgiu em um contexto de necessidade de diversificação da matriz elétrica brasileira, considerando a dependência do Brasil em relação às usinas hidrelétricas. Em períodos de crise hídrica, um sinal de alerta acende no país e é preciso recorrer às usinas termelétricas para suprir o abastecimento da população. Porém, elas são altamente poluentes, por isso a energia eólica surge como uma alternativa que também contribui para o meio ambiente. Considerando a importância do assunto, aqui vamos explicar o que é energia eólica, como essa energia é gerada, suas vantagens e desvantagens e também como comprar energia eólica. Confira!

O que é energia eólica

Por definição, a energia eólica é um tipo de energia obtida a partir do vento. Ela é considerada 100% limpa pois não polui o meio ambiente no processo de geração de energia e é renovável já que tem como fonte um recurso inesgotável. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) divulgados no primeiro semestre de 2020, a matriz elétrica do país é formada pelas respectivas usinas em operação:

  • 59,27% usinas hidrelétricas

  • 25,56% usinas termelétricas

  • 8,94% usinas eólicas

  • 3,08% pequenas centrais hidrelétricas (PCHs)

  • 1,55% centrais geradoras fotovoltaicas

  • 1,15% usinas termonucleares

  • 0,46% centrais geradoras hidrelétricas


Fonte: ANEEL

Isso significa que hoje a energia eólica já é a terceira maior fonte de energia do Brasil. Além disso, a energia eólica é considerada uma fonte alternativa de energia, assim como a solar, de biomassa e PCHs, pois complementa o sistema de geração de energia do país e reduz a dependência das usinas hidrelétricas. Isso é importante especialmente porque em períodos de escassez hídrica os níveis dos reservatórios ficam mais baixos, então é necessário recorrer a outras fontes de energia para garantir o fornecimento para todo o país.

Como é gerada a energia eólica?

A energia eólica é gerada a partir da energia cinética do vento que movimenta as pás e ativa os aerogeradores (turbinas). Estes devem ser instalados em regiões mais altas para captar a maior quantidade de vento possível. Esse movimento gera energia mecânica, a qual é transformada em energia elétrica por meio da indução eletromagnética que ocorre em um gerador. Os parques eólicos, como é chamado um conjunto de aerogeradores, podem ser instalados tanto em terra (onshore) quanto no mar (offshore). No Brasil, a região que concentra a maior produção de energia eólica é o Nordeste. Em outubro de 2020, todo o país tinha 653 parques eólicos, estando 82% nesta região, principalmente porque as condições naturais são favoráveis para a geração de energia eólica.

Energia eólica: vantagens e desvantagens

Vantagens da energia eólica:

  • É uma energia limpa pois não emite poluentes na atmosfera no processo de geração de energia

  • Sua fonte é um recurso inesgotável e, por isso, é uma energia renovável

  • Proporciona a redução da dependência dos combustíveis fósseis

  • Permite a diminuição da emissão dos gases do efeito estufa

  • Gera empregos nas regiões onde os parques eólicos são instalados

Desvantagens da energia eólica:

  • O vento é muito irregular, então a geração de energia muitas vezes pode ser imprevisível

  • Os equipamentos têm um custo expressivo

  • É preciso criar um grande parque eólico para comportar os aerogeradores

  • Um grande impacto visual e sonoro é gerado para quem mora nos arredores

  • Os aerogeradores podem afetar o movimento migratório de aves

Em relação às vantagens citadas, o principal benefício é a contribuição ambiental, já que nenhum gás poluente é emitido no processo e uma fonte inesgotável é aproveitada. Além disso, ocorre a redução da dependência de combustíveis fósseis, pois hoje as usinas termelétricas são acionadas quando as usinas hidrelétricas estão com reservatórios com níveis baixos. Tais usinas queimam combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural para produzir energia, processo que libera muito CO2 na atmosfera. Considerando que hoje as usinas eólicas são a terceira maior fonte de energia do país, elas se tornam ainda mais relevantes considerando a redução da dependência a usinas tão poluentes. Por outro lado, considerando as desvantagens, o vento é muito irregular, então nem sempre será possível gerar energia quando for necessário. Por isso, a energia eólica pode ser considerada um tipo de energia “complementar”, pelo menos por enquanto. Além disso, também há a questão dos custos dos equipamentos, o que causa uma dificuldade para a implantação, assim como é preciso encontrar grandes áreas que tenham muito vento para que os aerogeradores sejam instalados, o que não é uma tarefa muito simples.

Como comprar energia eólica?

O setor energético brasileiro é atualmente segmentado em dois “ambientes”:


  • Ambiente de Contratação Regulada (ACR): formado por consumidores cativos que têm acesso à energia com tarifas estabelecidas pelo governo e pagam mensalmente pelo serviço de distribuição e de geração de energia;

  • Ambiente de Contratação Livre (ACL): são os consumidores livres que negociam energia no Mercado Livre de Energia e podem encontrar preços melhores do que os normalmente disponíveis no ambiente regulado.

Dessa forma, uma alternativa para adquirir energia eólica é negociá-la no Mercado Livre de Energia. Os Consumidores Especiais do Ambiente de Contratação Livre (ACL) são aqueles que têm uma demanda entre 500 kW e 1,5 MW e podem adquirir energia de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou de fontes renováveis como eólica, biomassa ou solar. Além disso, a migração para o Mercado Livre está aumentando cada vez mais com o passar dos anos. De acordo com levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no último ano houve um crescimento de 22% no volume de consumidores que passaram do mercado cativo para o Mercado Livre. Então, se você ficou interessado, a Esfera Energia é referência nacional em gestão energética no Mercado Livre de Energia. Atualmente gerenciamos 6% de toda a energia produzida no Brasil, atendemos a 70 unidades geradoras e gerimos mais de 10 GW de potência. Além disso, no Mercado Livre de Energia os consumidores podem negociar preço, prazo, volume e forma de pagamento direto com as empresas geradoras ou comercializadoras de energia elétrica.



Em países de dimensões continentais, um dos desafios mais comuns é garantir a distribuição de energia para todo o território

Durante muito tempo, o setor elétrico brasileiro era verticalizado e formado por estatais que controlavam tanto a geração quanto a transmissão e a distribuição. Esse cenário começou a mudar em 1995, com a promulgação da Lei n° 9.074, que permitiu a entrada da iniciativa privada. Três anos depois, em 1998, chegaram mudanças ainda mais profundas com a criação do Mercado Livre de Energia e do Sistema Interligado Nacional. O primeiro já é um velho conhecido dos leitores do blog, mas muita gente ainda não sabe porque o SIN também representa um divisor de águas no setor. Nas próximas linhas, você entenderá o que é e como funciona o Sistema Interligado Nacional, assim como suas vantagens e desvantagens. Confira!

O que é o Sistema Interligado Nacional (SIN)?

O Sistema Interligado Nacional é o conjunto de equipamentos e instalações conectados eletricamente para possibilitar o suprimento de energia do país. Sua criação é consequência da resolução 351/98 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que autoriza o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a coordenar e controlar a geração e a transmissão desses sistemas interligados. O Brasil é abastecido por um sistema hidro-termo-eólico de grande porte formado por empreendimentos de diversos proprietários, tanto estatais quanto privados. Também fazem parte da nossa matriz usinas de outros tipos de geração de energia, como a solar e a nuclear. Todas as empresas que produzem e transmitem energia dentro desse modelo de interconexão fazem parte do Sistema Integrado Nacional. Atualmente, segundo o ONS, o SIN tem uma capacidade instalada de mais de 170 mil megawatts e uma extensão de rede básica de transmissão de mais de 145 mil quilômetros. No mapa abaixo é possível conferir a distribuição das linhas de transmissão pelo território nacional:

Fonte: ONS

Quais sistemas fazem parte do SIN?

O Sistema Interligado Nacional é formado por quatro subgrupos:

  • Subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO), que abrange essas duas regiões do país, assim como os estados de Rondônia e Acre;

  • Subsistema Sul (S), que corresponde à toda a região sul do país;

  • Subsistema Nordeste (NE), que engloba a região nordeste com exceção do do Maranhão;

  • Subsistema Norte (N), que abrange os estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará e Tocantins.

Além destes, existem ainda os chamados sistemas isolados. De acordo com o ONS, existem 212 localidades isoladas no Brasil, cujo consumo representa menos de 1% da carga total do país. A maior parte dos sistemas isolados está na região Norte, nos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá e Pará. Por sua vez, Roraima é o único estado brasileiro que não está integrado ao SIN, tendo seu abastecimento feito parcialmente pela Venezuela. A principal consequência desse isolamento é o aumento na conta de luz, uma vez que grande parte da geração é realizada por termelétricas.

Como funciona o Sistema Interligado Nacional?

Os subsistemas que você conheceu acima estão todos conectados entre si. Toda a energia gerada por eles se junta no Sistema Interligado Nacional que, por meio da sua extensa malha de transmissão, a redistribui de maneira equilibrada por todo o país. No sistema hidro-termo-eólico brasileiro, as hidrelétricas são responsáveis pela maior parte da geração, com mais de 60% da capacidade instalada. Graças ao SIN, essas usinas localizadas em 16 bacias hidrográficas de diferentes regiões atuam de forma integrada para levar luz a lares e indústrias. Por sua vez, as usinas térmicas desempenham um papel estratégico no SIN, permitindo a gestão dos reservatórios de água para assegurar o atendimento futuro. Já a energia eólica tem aumentado sua participação na matriz e ganhado cada vez mais importância no atendimento ao mercado consumidor. As operações de todas essas instalações e equipamentos que compõem o SIN são coordenadas e controladas pelo ONS e reguladas e fiscalizadas pela Aneel. Entre suas atribuições estão o detalhamento, o planejamento e programação da geração, transmissão e distribuição de energia. Por meio da interconexão dos subsistemas é possível, por exemplo, verificar as regiões de maior demanda e, se for o caso, propor a ampliação e o reforço da rede de transmissão. Além disso, o funcionamento integrado aumenta a segurança operacional para evitar interrupções no abastecimento.

Quais são as vantagens do Sistema Interligado Nacional?

Como mencionado acima, um dos principais benefícios do SIN é a segurança e a confiabilidade das operações. Se houver uma falha em uma linha de transmissão, o sistema é capaz de redirecionar a eletricidade e fazer com que menos pessoas sejam afetadas por possíveis apagões pelo menor tempo possível. A conexão entre os subsistemas também permite que o SIN ajuste a distribuição da energia à sazonalidade das chuvas. Afinal de contas, em um país das dimensões do Brasil, os períodos de chuva, fundamentais para abastecer os reservatórios das hidrelétricas, variam de acordo com a região. Outra vantagem é a possibilidade de planejar a utilização das diversas fontes que compõem a nossa matriz energética. A interconexão aumenta a eficiência do sistema e reduz os custos relacionados à geração. Justamente por isso, é certo dizer que o SIN não apenas permite, como incentiva o uso de energia renovável no Brasil. Essa diversificação traz como principais benefícios a diminuição do uso de combustíveis poluentes e a redução dos impactos ambientais característicos dessas fontes energéticas.

Quais são as desvantagens do Sistema Interligado Nacional?

Embora o SIN seja eficaz em sua missão de abastecer o Brasil de forma equilibrada, não podemos deixar de citar alguns pontos negativos. Entre eles, podemos destacar as perdas energéticas que acontecem nas linhas de transmissão quando é necessário percorrer grandes distâncias. Além disso, a possibilidade de abastecer uma região com energia gerada em outra parte do país, que inicialmente parece vantajosa, traz efeitos colaterais menos benéficos. Isso acontece porque essa complementação ao suprimento pode acabar desestimulando investimentos na geração na região assistida. As desvantagens do Sistema Interligado Nacional também chegam à conta de luz dos consumidores. Devido à complexidade e à envergadura do SIN, os custos com a transmissão de energia acabam deixando as tarifas um pouco mais salgadas.

SIN e o Mercado Livre de Energia

Em 1998, além do Sistema Integrado Nacional, também foi criado o Mercado Livre de Energia. Desde então, esse ambiente de contratação de energia elétrica permite que alguns consumidores negociem preços, prazo, volume e forma de pagamento diretamente com geradoras ou comercializadoras. Ou seja, é a opção ideal para quem quer a liberdade de escolher seus fornecedores e não pagar as tarifas reguladas pelo governo. Afinal de contas, em comparação aos preços praticados pelas distribuidoras, os valores no Mercado Livre são muito mais competitivos e garantem uma economia expressiva nos gastos com energia. No Brasil, qualquer indústria ou comércio ligado em média ou alta tensão pode participar, desde que atenda alguns requisitos. Para saber se sua empresa se enquadra e como fazer a migração para o Mercado Livre, vale a pena procurar a assessoria de consultorias especializadas, como a Esfera Energia. Com análises técnicas e regulatórias minuciosas, a Esfera faz todo o acompanhamento do processo junto com sua empresa e oferece suporte tanto no momento da contratação de energia como em questões burocráticas. Se você ficou interessado, fale agora mesmo com um dos nossos especialistas!

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